A conexão dos brasileiros vai de mal a pior no ranking global da Akamai, empresa que fornece soluções de distribuição de conteúdo online (entre outras coisas). O país aparece na posição 80 no ranking exposto em um relatório com base nos acessos registrados durante todo o segundo trimestre deste ano. A velocidade média da conexão em território nacional foi de 2,4 Mb/s durante o período.
Estamos bem longe dos campeões no quesito: a Coreia do Sul navega a uma velocidade média de 13,3 Mb/s. O pódio da internet global é ocupado também pelo Japão na segunda posição (12 Mb/s) e a Suíça na terceira (11 Mb/s).
Para chegar a estes números, a Akamai considerou todos os países em que existem pelo menos 25 mil IPs ativos e que trafegam pelos tubos da infra-estrutura da empresa. Eu imagino que a Akamai seja uma das maiores companhias do mundo em soluções de rede, portanto é de se imaginar que tenham uma boa amostragem. Eles dizem que aproximadamente 30% de todo o tráfego da internet mundial passa pelos tubos da Akamai.
Voltando a falar do Brasil… A velocidade média nacional está abaixo da velocidade média mundial de 3,3 Mb/s. A situação melhora um tanto quando consideradas as conexões mais rápidas. Dentre as pessoas diferenciadas que podem pagar mais pela internet, os picos no segundo trimestre foram de 18,7 Mb/s.
O balanço registrou aumento na velocidade média de 11% na passagem do primeiro para o segundo trimestre. Este crescimento ficou abaixo do verificado em diversos outros países, levantando a tese de que a internet no Brasil melhorou, mas num ritmo inferior ao de outras nações.
A situação poderia estar ainda mais complicada. A Bolívia teve o pior resultado do continente americano, com velocidade média de somente 0,9 Mb/s. Acho que eu tive uma conexão deste naipe há cinco ou seis anos. Não sinto a menor saudade daquela época.
Ataques
A Akamai identificou ataques originados de 175 países ou regiões, com aumento em relação ao visto no trimestre anterior. Os países com mais ataques foram a Indonésia (primeira colocação) e China (segunda colocação), seguidas dos Estados Unidos. O Brasil aparece somente na oitava posição, respondendo por 1,4% de todos os ataques no mundo. Houve queda em relação à participação de 2,2% verificada no primeiro trimestre de 2013.
Entretanto, aparecemos na segunda colocação quando considerada somente a região das Américas. Isso não é bom.
A maior parte (24%) dos ataques aconteceu por meio da famigerada porta 80, aquela usada pelos navegadores como Chrome e Firefox para acessar a web. Em seguida aparece o SSL via HTTPS (17%), a forma de conexão mais segura que tem se tornado padrão ao longo dos anos em serviços como Gmail, Facebook, Twitter e sites da Microsoft.
DDoS
Um velho inimigo dos servidores aparece em destaque no relatório da Akamai. Ataques DDoS (Distributed Denial of Service) estão se sofisticando para se parecerem mais comflash mobs. Dessa forma, o servidor tem a impressão de que uma enxurrada de internautas decidiu abrir um mesmo conteúdo ao mesmo tempo, como se fosse um material que viralizou nas redes sociais – quando na verdade é um movimento coordenado para sobrecarregar as máquinas. O resultado é que o sistema não aguenta e cai.
Por sinal, a Akamai aproveitou o balanço para fazer um apelo aos proprietários de sites: que os avisem quando detectarem ataques DDoS. Somente assim para treinar as soluções de segurança para barrarem esse tipo de atividade na rede.
As Américas respondem pela maior parte dos ataques DDoS no mundo. Os principais alvos? Sistemas corporativos. Na segunda posição aparecem os comércios e o setor de mídia figura na terceira posição de interesse dos hackers.
SEA
O segundo trimestre do ano foi marcado pelas ações do grupo que se autointitula como como Exército Armado Sírio (SEA, na sigla em inglês). O relatório destacou que o grupo se dedica especialmente a atacar os sites de empresas jornalísticas e companhias de mídia para disseminar mensagens positivas em relação ao presidente da Síria, Bashar al-Assad.
Um dos mais notáveis ataques atribuídos ao SEA foi na conta de Twitter da agência de notícias Associated Press, uma das mais respeitadas no mundo. A mensagem de que teria ocorrido um atentado na Casa Branca causou, em cerca de 90 segundos, uma queda de 150 pontos em um dos principais indicadores da bolsa Dow Jones. Isso se deve a sistemas automatizados de corretagem que compram e vendem ações dependendo de certos episódios.
A história falsa causou um prejuízo de aproximadamente 140 bilhões de dólares e a redução de 1% na bolsa daquele dia.
Vale destacar que os participantes do Annonymous não são citados em momento algum do relatório.
Quem quiser ler o balanço completo pode baixá-lo em PDF.
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